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Como falar com as crianças sobre mudanças climáticas

As mudanças climáticas causaM problemas irreparáveis e estas 6 dicas podem ajudá-lo a conversar com as crianças, sobre os cuidados ecológicos que precisamos ter.

Mudanças Climáticas e o impacto na vida das crianças

Quando conversamos com as crianças sobre mudanças climáticas e ecologia, o fator que mais importante é estejamos disposto a conversar.

Qualquer dia você vai ouvir o seu filho, sobrinho, neto ou alguma criança falando isso: “você tem sorte de ser adulto, antes que o planeta seja completamente destruído pelas mudanças climáticas”. Você, provavelmente, vai ficar surpreso e indagar: “como essa criança tem isso em sua mente?” Afinal, nem todo adulto fala com as crianças sobre mudança climática e isso é um problema imenso.

O Green Team criou essas seis dicas, que formam um guia para os adultos falarem sobre mudança climática e ecologia com as crianças.

1 – Quebre o silêncio

Para um número crescente de famílias em todo o mundo, não há como evitar: as mudanças climáticas já estão batendo à sua porta.

Algumas pessoas ainda não sentem os impactos diretos, até agora, portanto não estão preparadas para enxurrada de notícias positivas e negativas sobre o meio ambiente. Uma das maiores barreiras desse grupo, certamente é emocional e, por isso, essas pessoas precisam estar preparadas. Apesar da crise climática afetar, literalmente, todos habitantes da Terra, muitos de nós estão sentados sozinhos, com nossas preocupações e com os rostos iluminados pelas telas de nossos celulares.

Ninguém quer falar sobre essa ideia de destruição iminente, ou tempestades enormes, ou incêndios florestais varrendo algumas cidades, isso é realmente assustador. Apesar de olharmos para isso todos os dias.

No entanto, precisamos despertar para esse imenso problema e conversar com as crianças, para encontrarmos soluções imediatas. 

2 – Dê aos seus filhos os fatos básicos

Uma pesquisa recente, nos EUA, descobriu que 84% dos pais acham que as crianças deveriam aprender sobre as mudanças climáticas. Mas, apenas 45% dos pais, pouco mais da metade, disseram que realmente conversam com seus filhos sobre isso.

Abaixo mostramos um roteiro sugerido, baseado em conversas com vários educadores e psicólogos, que pode ser usado para conversarmos crianças de quatro ou cinco anos:

“Os seres humanos estão queimando muito combustível fóssil para obter energia, em aviões, carros, para iluminar nossas casas e isso está colocando gases de efeito estufa no ar. Esses gases envolvem o planeta como um cobertor e deixam tudo mais quente.

Um planeta mais quente cria tempestades maiores, derrete o gelo nos pólos e torna mais difícil a vida dos animais, que não encontram lugares para viver.

Esse é um problema muito, muito grande, e existem várias pessoas inteligentes trabalhando duro nisso e também há muito que podemos fazer, juntos em família, para ajudar”.

Você conhece bem os seus filhos, portanto sabe se o nível de informação que está oferecendo a eles é apropriado, ou muito perturbador. Mas, ao mesmo tempo, nem sempre podemos controlar o que eles podem escutar em outros lugares, por isso é bom ser proativo com esses fatos.

3 – Saia de casa

Nosso tempo sempre parece curto e, às vezes, achamos que não conseguiremos explicar tudo para as nossas crianças, que já estão bem assustadas com o que está acontecendo ao nosso planeta. Por isso, passe bastante tempo realizando atividades ao ar livre, visite florestas, bosques, praia distantes e tente criar uma horta.

Você não precisa morar perto de montanhas ou do oceano para expor os seus filhos à natureza. Você pode começar mostrando as formigas na calçada ou outros insetos, dizendo que todos eles têm um papel à desempenhar em nosso mundo. Amplie o contato da criança com a natureza e deixe ela entender como é importante cuidarmos do meio ambiente.

4 – Concentre-se nos sentimentos

Em algum momento, o seu filho, filha, neto, neta ou alguma criança que você tenha contato, vai saber que as tartarugas marinhas podem comer plástico no oceano e morrer. Provavelmente essa criança irá perguntar: “por que as pessoas jogam coisas no chão? As tartarugas marinhas vão morrer!”

As crianças são ansiosas por natureza e essas preocupações, com o meio ambiente, são bem generalizadas. Uma pesquisa recente do The Washington Post descobriu que 7 em cada 10 adolescentes acham que a mudança climática prejudicará sua geração, isso foi um pouco mais do que os mais velhos acham. A psicologia climática já é uma realidade e pode ajudar nessa conversa com as crianças e adolescentes.

Precisamos passar tempo com pessoas que amamos e cuidamos, criando atividades positivas, passando mais tempo na natureza, ou apenas fazendo uma pausa para ler sobre o assunto. A Amazon tem vários livros infantis sobre ecologia, para todas as idades, que você pode comprar clicando aqui.

Precisamos cuidar do lado emocional de nossa família e ter uma lista atividades reconfortantes, para ajudar as crianças ansiosas ou deprimidas. Isso vai ajudar muito e vai unir ainda mais as crianças com os adultos.

Nosso primeiro instinto é proteger as crianças das durezas do mundo, evitando que elas tenham medo. No entanto, quando elas têm idade suficiente para estarem na escola, ou já entendem um pouco das notícias, isso pode não ser possível. É nosso trabalho estarmos abertos, para ouvirmos como as crianças podem estar se sentindo e pensando sobre a crise climática. Precisamos ajudá-las a lidar com esses sentimentos diversos.

5 – Conversar e Agir 

Existe outra maneira de lidar com o stress que a mudança climática pode causar, focando primeiro na emoção e depois no enfrentamento desse problema. Essas ações precisam aliviar o problema real, aquele que está causando o stress. Muitos pais nunca haviam prestado atenção às questões ambientais, isso até o primeiro filho ou filha nascer. A partir desse momento esses adultos passam a enxergar que as previsões climáticas são bem sombrias.

É claro que nem todo mundo pode mudar suas vidas tão drasticamente. Mas há outras ações que podemos fazer para começar. Mary DeMocker, em seu livro The Parents’ Guide to Climate Revolution, ainda sem edição em português, lista 100 ideias diferentes para famílias, com todos os níveis de tempo, orçamento, introversão ou extroversão. Desde ações para o meio ambiente, como compostagem e coleta de lixo, até engajamento cívico, como escrever uma carta ou comparecer a uma reunião, ou iniciar um protesto local.

Como uma família, os pais e mães podem apoiar os ativistas adolescentes e participar junto das ações que eles organizam. Essas habilidades e qualidades serão excelentes para as crianças desenvolverem uma vida adulta participativa, pois elas aprenderão a cooperar com o coletivo. Toda criança só quer ser ouvida e por isso devemos fornecer informações e apoio úteis. Essas crianças precisam ser ouvidas e devem ter a liberdade de expressão necessária para isso.

6 – Encontre a esperança

O enfrentamento, focado na emoção, é sempre sobre sentimentos. O enfrentamento, focado no problema, é sobre ação. Outro caminho para lidar com a mudança climática, é o enfrentamento focado no significado. Precisamos pensar como abordar o problema, para que possamos continuar a ter esperança, para não cairmos no cinismo, na apatia ou no desespero.

A psicóloga sueca Maria Ojala, que está analisando como crianças e adolescentes estão encontrando resiliência à ameaça das mudanças climáticas, descobriu que uma estratégia bem-sucedida era desenvolver a confiança de que outras pessoas também estão enfrentando esse problema. Assim, eles percebem que nenhum de nós está sozinho nesse desafio. Por isso precisamos focar nos diversos benefícios de um futuro sustentável, com mais justiça social, comunidades mais fortes e melhor saúde mental e física para todos.

Ser capaz de manter a esperança, é algo muito importante. Por isso precisamos dizer para as crianças também realizarem pausas, para aproveitarem melhor a vida. É importante que elas ainda sintam-se despreocupadas, alegres e enxerguem as coisas maravilhosas que o mundo pode oferecer. Precisamos mostrar que vale a pena viver nesse mundo, mesmo que também estejamos enfrentando grandes desafios.

Os pais precisam participar, à medida que os jovens tornam-se ativistas e avançam por um mundo melhor. Temos que fazer parceria com eles e não devemos abandoná-los nesta crise, mas também precisamos recuar e deixar que eles liderem. É exatamente o mesmo equilíbrio que os pais encontram, quando os filhos mais novos descobrem a independência pela primeira vez.

Enfrentar as mudanças climáticas é um trabalho que necessita da participação de todos. Portanto, mesmo se você estiver preocupado com os boletos que estão para vencer, enfrente esse desafio junto com o seu filho filha, neto, neta ou qualquer criança que precisa gritar: Salve o Nosso Planeta. 

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